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terça-feira, 2 de setembro de 2008

Eu.

Criando asas, indo de encontro a imortalidade
o meu eu, não é mais tanto o centro das atenções
o centeio deste chão me faz brotar a cada nova estação
as flores e árvores do jardim respiram melhor
o banho das rochas é mais puro, e o canto do ben-te-vi é mais agudo

Vou nascendo sempre, imutávelmente inconsciente
embriagando-me destas águas que me afogam
me sufocando pelo vento, adornando sob o tempo
caminhos simples de uma forma adversa e paradoxal
o meu descontentamento entoperce as minhas veias

Sou um mutante, sou um pedaço desta terra
sou o amor cego, o sono mudo, o calor surdo
sou raiz, sou semente, sou o trigo, sou o pó
o ultimo suspiro de um poeta, a ultima palavra de um soneto
sou o tudo, dentro desse mundo, sobrevoo o universo...

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