Me trouxe a memória de um tempo,
Onde eu via, meu avô sentado na sala,
Era domingo, ele tomava seu vinho do porto,
Aquele bolero que eu ainda não entendia,
O cheiro de comida gostosa que minha vó fazia,
Seu Natalício imóvel, apenas fitando a janela,
Parando o relógio, um preludio à saudade,
Me contava as histórias,
De uma Belo Horizonte hoje tão distante,
Num tempo onde o tempo, era mero acaso,
E a vida, intrínseca, era o que valia,
Rompendo as dimensões, no espaço,
Volto eu sempre que posso,
Por segundos sento naquele sofá e recordo,
Que da vida, só tenho o tempo e meu relógio.