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domingo, 31 de agosto de 2008

Noite de festa
eu e voce
ciranda que vai
musica que vem
afago sereno
bom moço cuidadoso
teus traços eufemismo
em meus braços
menininho,
caminhada incessante
noite que veio
festa sem terço
romantico e meio
ciranda sem texto
melodia sem notas musicais.

quinta-feira, 28 de agosto de 2008

Delirio Urbano.

Uma soneca pela tarde
aqueles segundos fugidios
onde o tempo nao respira
voce furta do tempo um instante
cochilando no trabalho
entendiado em meio ao ocio
sua cara amassada,
a sua chefe estressada
voce acorda assustado
da um grito no banheiro
vai pra rua e come o sorveteiro
chega em casa, que palhaçada
sua mulher nua no chuveiro
voce finge que nao ve direito
deita na cama e dorme de mal jeito
e todos os dias voce morre primeiro!

Jardim Abandonado.

Caminho, procurando a mim mesmo
neste imenso jardim com rosas amarelas
sentindo o cheiro do campo, a fome da terra

Busco através deste campo minha vida
que se vai a cada novo anoitecer
e se perde toda manhã na imensidão deste jardim

Por onde passo sinto a dor dos espinhos
penetrando em meu corpo de uma forma gentil
sem deixar rastro para a alma abandonada

No jardim abandonado onde tudo não habita
minha alma fugidia, que para não mim sorria
corre de mim, morre em mim, infinitamente.

quarta-feira, 27 de agosto de 2008

"À medida que diminui o número dos detentores do capital, à medida que eles usurpam e monopolizam todas as vantagens deste período de evolução social, cresce a miséria, a opressão, a escravidão, a exploração, mas cresce também a resistência da classe operária, sempre crescente e cada vez mais disciplinada, unida e organizada pelo próprio mecanismo de produção capitalista. O monopólio do capital converte-se num entrave para o modo de produção que cresceu e prosperou com ele e sob os seus auspícios. A socialização do trabalho e a centralização de seus recursos materiais chegaram a um ponto em que este invólucro se partirá em estilhaços. A hora da propriedade capitalista soou. Os expropriadores serão por sua vez expropriados.''

Karl Marx. A Origem do Capital: A Acumulação Primitiva.

segunda-feira, 25 de agosto de 2008

Mandacanta.

mandaamanda
nosentimento
amamdoamada
amandacanta
ninaamanda
amoramanda
sonoramanda
sorrisoamanda
teamoamanda.

Anos 8.

Fosse o tempo
sublime momento
do amor intenso
vivido nesta imensidão
a vida nascendo a cada dia
morrendo a nostalgia a cada encontro
vindo de dentro, em laços
mãos dadas, um ato singelo
a prosa, ao verso
o amor cego, préludio!

A criança que vinga ao nascer
a dádiva do novo poema
as formas e aos movimentos musicais
a moça morta do Rodrigues
entrelaçados ao tempo
voce e eu, juntos
ao tempo, em meio ao vento
entranhados ao amor.

domingo, 24 de agosto de 2008

poética
mentemusical
transmutavida
pateticamente
vivo!

Palavras censuradas

Mito cíclico musical
entretêm em minha mente
transcedental minha raiz
woodstock, blues, rock...

Puta que pariu!
roubaram minha pia
minha saliva ali esquiva
de uma forma esquisita.

Versos censurados no painel
eu fumando meu cigarro
e tomando meu cafe
curtindo um blues
sem muita pressa,

Fodas pra qui,
fodas-se para o acolá
o que me importa é o sopro
vindo sob o vento
catavento sobre o tempo

Subindo na parede
mijando na esquina
poeminha marginal!

quinta-feira, 21 de agosto de 2008

Três versos.

Entre o lapso de um momento
e o caos em mim desatento
caminho só neste desatino,

nem muito bonito
nem muito certinho
muito pouco contente

Vejo o sol se pondo desconcertado
no emaranhado de desejos póstumos
carregado de nostalgia e solidão,

nem muito bonito
nem muito certinho
muito pouco contente

Me jogo aos céus
entrego-lhe meu coração
desafinado, sem musica, opaco!

nem muito bonito
nem muito certinho
muito pouco contente

Caminho no mundo de costas
fecho os olhos devagar sem pressa
estendo-lhe a mão fugindo da solidão,

nem muito bonito
nem muito certinho
muito pouco contente

Recupero-me do tombo
recomeçando novamente todo o ciclo
deixando em mim apenas três versos,

nem muito bonito
nem muito certinho
muito pouco contente.

quinta-feira, 14 de agosto de 2008

Pobre Boêmio.

Cantei,
clamei ao mundo meu amor por ti morena,
deusa nua com a pele de seda,
nesta noite boêmia carrego minha cruz
embebedo-me neste bar as três da manhã

Céu sem lua, noite negra solidão
meu coração partido rancoroso por aquele amor
e eu triste boêmio da rua entrelaçado a bebida
que me nostalgia na voz de Nelson Gonçalves,
coração dilacerado pela solidão

E só cantando que afasto do meu coração
a magoa deixada por aquele amor
que me consome e me mata
nesta noite sem fim me entrego
deixando rastro da minha solidão

E eu pobre boêmio deixado com a lua
carrego minha cruz, amor sem cura
morro hoje, afogado em minha voz
abraçado ao meu violão.

quarta-feira, 13 de agosto de 2008

Poeminha mudo.


Vida. Algoz. Muto. Nitidamente. Nulo. Sobriamente. Hipotético!
Amor:

Sonoramente
lúdico.

Poeticamente
rústico.

Pateticamente
pateta.

O colapso.

A dor do adeus,
entregue a vida ao tempo
ao eterno começo e fim
as andanças doidas
os corações partidos
as almas não amadas
os amores vividos
frustrações sofridas
caminhar pela manhã
amar ao anoitecer
nessa ciranda viva
sepultando-me sempre
a cada fim de amor...

terça-feira, 12 de agosto de 2008

Fosse.

As luzes ainda estão a brilhar,
minha estrada é infinita
onde o poeta pisa, areia, brita
menina pequenina, morrendo em meus versos
a solidão, uma rotina de quem vive
ah sofrer e a chorar, pela amada bonita...

Laços em tercetos, nem primeiro
nem terceiro, tudo virado do avesso
da menina dessa estrofe
sambinha desengonçado, sem muita voz
marchando como um trovador
correndo aos sete véus...

Caboclo cancioneiro, como a lua a brilhar
o sorriso notado pelo simples fato de amar
menino quieto, cansado de chorar
a menina dos meus versos?!,
solidão de quem vive, amor em chama
amargo desavesso, infinito desacerto.

quarta-feira, 6 de agosto de 2008

Fora do cais.

Foi-se lá,
atravessou o caminho
beirou o cais
entrelaçou em espinhos
perdeu o rumo
correu no mundo
o seu destino,
é meu caminho?

Foi-se ali
onde não vi
talvez assim, melhor pra mim
assim não senti
e nao morri
parei no mundo
mudo, surdo
adverso

fora do cais...

terça-feira, 5 de agosto de 2008

A noite morrida.

Outrora tive você, em meus braços jogada
tuas pernas entrelaçadas as minhas
teu cabelo por cima da minha face
o cheiro do teu corpo em meu corpo
o luar daquela noite, que me fizeste ser
que me fizeste ouvir sonetos pelos ventos
me fizeste ler em teus labios meu nome
e fizeste do tempo versos mudos
calando assim o poeta, do sussurrar nos meus ouvidos
aos beijos calorosos no fim do anoitecer...

Ah, como sofre um poeta por amar!

segunda-feira, 4 de agosto de 2008

Coisas assim.

Antologicamente poético,
analogicamente patético,
psicologicamente inacabado,
largado pelas coisas tristes,
submetido ao tédio literario
poesia cabida no pedaço de um papel,
morrida na boca de um qualquer,
assassino poético analogicamente patético.

Espaço.

Quanto a pró cedência do tal relato, não duvides!
saiba que junto ao réu é culpado de tal crime inafiençável
cumpras a ti a pena sentenciada pelo juiz da corte maior
jure por ti e pelos Deuses que será capaz de se reciclar
junto com teu parceiro que executou tal crime bárbaro
peça somente para que tenhas pena de ti, pois meu caro
a vida já é uma sempre sentença, e somos vitimas do ócio
dessa viciosidade cíclica urbana, rodeados de morte e pó.

Ante-ontem.

Amo-te Sinfonia em tercetos,
liricamente infinito,

Amo-te Sorrindo sempre pela manhã,
no bagunçar dos teus cabelos,

Amo-te Pelo simples fato de amar,
por me fazer viver nos dias frios,

Amo-te Ficando mais proximo de Deus,
adornando o tempo,

Amo-te Em lua cheia,
contemplando as telas onde vejo tua face,

Amo-te Humildemente,
sem necessidade do seu ''sim'',

Amo-te Porque amo assim a mim mesmo,
me dando mais força para o novo dia,

Amo-te Porque com voce somos um,
assim me dando mais folego para voar,

Amo-te Sem voce nao seria,
viveria do avesso, por meio, fora do eixo,

Amo-te Como flores na primavera,
como o sol no verao,

Amo-te Porque com voce nao sinto o fardo cotidiano urbano,

Amo-te Porque assim é a vontade da vida,
e porque nasci para voce,

Amo-te Para vivermos no campo,
cuidando dos filhos,ajuizando amores,

Amo-te simplesmente, desde ontem, amo hoje, amarei amanha,
no teu seio me recolho, em teus braços me acabo, em teu amor padeço.