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sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

O pensamento fora de mim.

Sempre que o trem passa pela manhã
leva consigo aquela sensação de solidão
corre o trem mudo, com aquela fumaça
que nao faz parar,

Pobre menino sujo que toda vez que vem
vai atras do trem...

Corre por correr, achando talvez que assim
supra um pouco da necessidade de ter alguem
consigo pela manha todos os dias,

O trem que passa sempre as nove
e o menino que acorda as oito aguarda o trem
ansioso, menino teimoso sempre na mesma rotina,

Correndo atras do trem, ou correndo de si mesmo
ou correndo de alguem que vem...

Alguem que vai,

Nessa corrida ninguem há de ganhar
senao o menino e o trem...

Amigos unidos pela solidão de quem tem
e sente,

O menino é o chão, e o meu trem é saudade....

terça-feira, 16 de dezembro de 2008

Ser dois só.

A união-unilateral-lateralmente infindavel
Sorriso pela manhã, mãe manha na rede
Abraço largo, farto na janela infinita
Ter sede, em rios embriagar-vel mente
A noite ser vem lá de onde tudo é mudo
A morte monta aos poucos a vida nova
Amor morada, na margem eterna de onde
Tudo é sempre ser no amor de sempre é
Eternamente doce, doçura a melodia enfim
Vida, começo ar no plural de dois juntos será
Infinito no corpo de um o amor de dois só.

terça-feira, 9 de dezembro de 2008

Brotar.

Perco medo, de modo sem ter
medroso ser no meu ego ei de
pelo menos é o que onde fosse
sul ou norte, intriga o reto diz
onde a fonte brota nasce agua
na palavra forte a morte na fonte
de onde seca a seca no norte
a força do meu onde ser é rei
fato nasço na frente do homem
transcendente nas aguas dos rios
no modo de ser sem ter medo perco
no sul ou no norte, no sertão das minhas
condessas, ou veredas, ou verdades sempre
a vontade de nascer e seguir em frente
sem medo de ser, ser é o que quiser de estar
ou viver sempre.

quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

Ocupação.

A força do movimento que cerca
a vontade que vibra junto ao medo
a extrema vontade de revolucionar
tudo ao que olho é escuro e cruel
crianças nas ruas descalças
desnudas de alma, de vida, de tempo

O sistema que insiste em me contaminar
com belas roupas no natal ainda
um copo de cerveja no boteco
o homem do amendoin que só vê ali uma opção
mendigar migalhas de um dinheiro sujo que enoja
a necessidade de se sucumbir pela falta de oportunidade

A revolta as vezes é inevitavel
para alguns um sistema normal
para outros uma morte lenta, escravizados pela moeda
corrente...CORRENTE
que assassina, que usa, que manipula tudo por aqui ou ali
somos derrotados, perdemos por nós mesmos
em acreditar que tudo é azul como uma propaganda de shampoo

Somos a anomalia do sistema, somos o virus do mundo
andamos para tras nessa ciranda, como marionetes
crianças morrendo por fome, ouço a noite o grito da Africa
meu mundo é sujo, me sinto um mudo em meio a multidão
me sinto oco, com uma vontade tremenda de revolucionar
sinto o desejo em mim, isso não pode continuar...

Somos o caos do mundo, somos o soar do inferno!