Poesia do tempo.

O tempo tem passado poeta,

As estações não são as mesmas,

O campo antes tão florido,

Hoje se tornou terra seca, perene...

Aquela musica não faz mais sentido,

Sentiu se tanto, que hoje é pranto,

Que choras em toda esquina,

Em cada copo deixado, versos de saudade.

O amor que outrora fostes razão,

Hoje é motivo de tanta tristeza e solidão,

Foges do teu leito poeta,

Escondes no tempo, fazendo da tua face penumbra.

Por que resistes, se já foi, esta consumado,

Não te apegues ao relógio quebrado da estante,

Ele não funciona mais, e não voltará a vida,

Afinal, não se ouve batida, é morto, falido.

Renova te e traz de volta tua vida poeta,

Fite o horizonte, abra caminhos, permita se,

Entregues seu coração ao novo, e seja de novo,

Como um pequeno menino, disposto a sonhar!

Eu e o João!

Sabe daqueles casos que parecem não ter solução?

Assim, tem se tornado pra mim a situação do João.

Tem dias que quando acordo a saudade é tanta,

Dói, e como dói, e eu, não posso fazer absolutamente nada.

Ligo, tento falar, nunca consigo, fico imaginando a vozinha dele,

Aquele sorriso e o grito de ''Ohh pai, ohh pai, vamo come pastel'',

Ah, como o tempo as vezes pode ser tão cruel, e duro

E cada segundo, parece uma eternidade, com toda essa distância.

Os dias vão passando, a justiça ainda não tem sido ''feita''

E eu sigo aguardando, quieto, calado, sofrendo, no meu canto,

Com tantas lembranças, sentindo o cheiro, vendo seu desenho no quadro,

Não consigo entender porque tanto sofrimento, mas, aceito, é a vida.

Tantos pais que abandonam seus filhos (e sou um destes filhos),

Quantos pais que sequer querem estar perto, simplesmente somem,

E eu pagando um alto preço, por querer estar perto, presente,

Ouvindo ainda, que o que pago é pouco, não dá, é insuficiente...

 

Mas, não quero me vitimizar, nem que tenham pena,

De uma pessoa que eu amava profundamente, 

Hoje se tornou minha maior ''inimiga'',

Onde eu um dia a vi num altar, hoje, dividiremos um tribunal.

Não querem deixar eu buscar meu João,

E ainda por cima me culpam dizendo que sou egoísta,

Me odeiam, me viraram as costas,

Pessoas que eu ajudei tanto, hoje são incapazes de ter empatia.

Mas são coisas da vida, e eu espero que um dia,

Todo este tormento passe, e eu possa caminhar com meu pequeno,

Meu amigo, meu filho querido, tão esperado, tão amado.

Talvez por isso, este calvário, pode ser que tenha propósito.

É uma fase muito difícil da minha vida,

Onde sofro calado, aqui, no meu mesmo lugar de sempre,

E espero um dia, quando ler esta poesia,

Tudo isso ter acabado, e no futuro o João perceber,

O quão sempre ele foi amado!

Até breve meu pequeno. 

Beijos, do papai. 

Por relações leves,

Amizades sem troca,

Namoro fora de hora,

Beijo roubado logo cedo,

Abraços, muitos abraços...

E por um amor,

Daqueles para chegar,

De repente, intensamente,

Reabrindo as portas do meu coração,

Pra nunca mais ir embora...

Assim entrego a minha prece,

Amém!

Honra!

Hoje preciso falar de você Pai,

Que desde bem criança,

Me recordo de caminhar na praia comigo,

Conversando, um amigo tão querido.

Ouvia tanta besteira minha (ouve ainda),

Que se fizesse tudo que pedi,

Coitado de mim, certamente não estaria aqui,

Mas você esta comigo, e está em todo momento,

O único que não me julga, que nunca me julgou,

Que sempre onde eu sentia dor, tomava ela por mim

Me perdoou tantas vezes, que só você mesmo viu

E quando eu ficava rodando de moto gritando e te chamando, lembra?

Quantas vezes, quando fui injustiçado e te chamava,

Você vinha e como um pai amoroso que é me abraçava,

Me dizia o quanto eu era amado e me acalmava, 

Tantos conselhos, tanta paciência comigo né meu Pai?

Eu estou envelhecendo e com a idade, vem a gratidão,

Mas uma gratidão profunda, por ter um Pai tão legal como você,

Que esteve ao meu lado, nos momentos mais difíceis,

E esta comigo, me prometeu, e cumpriu, cumpre até hoje.

Eu sei que não mereço ter um Pai assim como você,

Jamais, nada que eu fizer, nunca será suficiente,

Me sinto tão pequeno, quando penso em você naquela cruz,

Por mim, pra me salvar, para me dar condição de ser eterno.

Porem, eu sei que tão pequeno, sou importante pra você,

Que sai em busca de mim, me procurando, até me encontrar,

Muito obrigado meu Pai, por ser suficiente pra mim,

E por fazer que em você, eu jamais perca a esperança!

E sabe o mais legal?

É em saber que vamos continuar caminhando, juntos,

Até o fim, porque você me amou primeiro!

Então Pai, pra você, toda honra, e amor, meu. 

Amém!

Meus filhos!

I

Hoje caminhando pela praia,

Falei com o João, meu mais novo,

Brincamos de cabaninha por vídeo chamada,

Coisas da tecnologia (e sou muito grato por isso).

Eu tenho tanta saudade dele,

Sentir aquele amor gratuito, sem pedir nada em troca,

A minha simples presença, ainda que distante,

Mas ele sabe, que tão próxima do coração...

Infelizmente, não posso busca-lo (por enquanto)

A separação entre pais, traz consigo essa dor horrível,

Mas, quando sei que não tenho culpa,

Me acalma um pouco, traz mais paz para alma.

Sei que o João ainda tão menino,

Irá comigo caminhar por estradas tão distantes,

E eu quero, como pai ser o melhor (pra ele)

Mesmo que pessoas não acreditem nisso.

Não tive pai, sabe? Caro leitor!

E por isso talvez, essa minha vontade de ser,

Ser, não é dar! É ser, presença, amor, bondade,

É que ele veja em mim, o porto seguro que nunca tive.

Preciso pausar, porque hoje, a falta do meu João é aguda, e dolorida!

Mas guardo comigo as memorias e aquele sorriso, tão lindo, no meu coração!

II

E agora o Pedro, o meu primeiro, a minha rocha!

Aquele que não empena, que não enverga que é meu orgulho.

Que tive e tenho o prazer de cuidar, desde o primeiro dia de vida,

E que é o meu grande amigo, parceiro, que cuida também de mim.

Hoje falando com ele, vendo ele ir ao monte orar,

Senti um orgulho tão profundo e uma satisfação, de dever cumprido,

De saber que dei realmente o caminho, e ele tem seguido,

Nunca me deu grandes problemas, e já errei tanto com ele.

Trabalha desde tão novo, nunca me pede nada,

Sempre respeitoso, as vezes meio nervoso, mas quieto, do jeito dele,

E mesmo hoje, ele com seus dezoito anos, é meu menino,

Como aquele mesmo que nasceu de seis meses, e foi meu maior milagre.

Os médicos deram setenta e duas horas de vida,

Minha avó querida, com sua fé, lutou como forte que é,

E disse aquela medica, que estava para sepulta lo,

Que ela veria ele sobreviver, e hoje ele esta aqui comigo, e para sempre.

Eu espero envelhecer e continuar vendo o Pedro crescer,

Não por idade, ou tamanho, mas por dentro, no coração,

Como rocha, essa pedra que entrou na minha vida, 

Eu com dezessete anos, e mudou completamente minha história.

Por ele, minha maior gratidão, de ser o UNICO, que esteve e esta comigo, sempre!

Meu eterno menino, meu Pedrinho, que amo, mais do que a mim mesmo!

III

Assim concluo dizendo que,

Sou um pai, que erro, tenho defeitos,

SOU UM SER HUMANO,

Mas amo incondicionalmente meus filhos!

A eles, este singelo texto, sem muita pretensão,

Mas que para no futuro, eles guardem no coração!

Amo vocês!

Pedro e João!

Beijos, do papai!