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domingo, 23 de junho de 2019

Minha vida, minha história.

Quando eu era criança,
Sentia muita falta do meu pai,
E a vida sem avisar,
Me fez ser pai de dois irmãos...

Quando eu era adolescente,
A vida continuava sem avisar,
E daí veio o Pedro,
Confusão, euforia e paixão...

O peso do fardo já era normal,
Ninguém mais me ouvia,
Eu tinha que ser forte sempre,
Era a pressão da maturidade chegando,

Fui acostumado a não poder errar,
Sempre fui o mais velho, o exemplo,
Blindava aqueles que eu amava,
Cheguei a pensar que eu tinha super poderes...

Cresci, chega a vida adulta, a tao esperada maturidade,
Todos me viam com respeito, admiração,
Ainda sim sentia que não podia errar,
Fiquei anos nessa berlinda, longe do amor...

Cansei, surtei, me entreguei ao caos,
Larguei tudo, fui embora para Vila Velha,
Três mochilas, um trocado no bolso,
E a esperança de me encontrar...

Conheci pessoas incríveis,
Amigos para vida,
Me aprofundei com Deus,
Comecei a me enxergar, mas a vida...

(Pausa no tempo)

Quatro anos se passaram,
Larguei meu emprego,
Quis realizar um sonho,
E com ele o Vitrola...

(Era o início do fim)

Como um filme repetido,
Me vi novamente perdido,
Tudo que eu mais odiei sentir na infância,
Volta subitamente, o medo, a pressão...

Dentro desse tempo surgiu um amor,
Arrebatador, que me tirou do chão,
Era minha única alegria, minha esperança,
E ainda chegaria o meu melhor presente, João (Minha luz no fim do tunel)

Era a esperança de uma família,
Nunca tive uma inteira, saudável,
A vontade de recomeçar,
Mas eu ainda estava perdido, no meio do caos...

Perdi tudo, falhei sem querer,
Fui consumido pela culpa,
Me senti como criança, em meio às lembranças,
O peso foi ficando maior, a dor consumindo...

Descobri que não tenho super poder,
Que eu erro sem querer,
E que a vida não nos poupa,
Embora muitas vezes não entendemos,

A vida passa depressa demais,
Um dia estarei velho, numa poltrona confortável,
Cercado pelos filhos, netos, com minha esposa,
Espero ser redimido sabe?

Repousar em paz,
O amor ainda ser meu acalanto,
E a dor, uma mera lembrança,
Da vida, de aprendizado e gratidão!

(O poeta acredita sim que o amor tudo suporta, e transforma)