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quinta-feira, 21 de agosto de 2008

Três versos.

Entre o lapso de um momento
e o caos em mim desatento
caminho só neste desatino,

nem muito bonito
nem muito certinho
muito pouco contente

Vejo o sol se pondo desconcertado
no emaranhado de desejos póstumos
carregado de nostalgia e solidão,

nem muito bonito
nem muito certinho
muito pouco contente

Me jogo aos céus
entrego-lhe meu coração
desafinado, sem musica, opaco!

nem muito bonito
nem muito certinho
muito pouco contente

Caminho no mundo de costas
fecho os olhos devagar sem pressa
estendo-lhe a mão fugindo da solidão,

nem muito bonito
nem muito certinho
muito pouco contente

Recupero-me do tombo
recomeçando novamente todo o ciclo
deixando em mim apenas três versos,

nem muito bonito
nem muito certinho
muito pouco contente.

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