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terça-feira, 14 de fevereiro de 2023

Eu e o João!

Sabe daqueles casos que parecem não ter solução?
Assim, tem se tornado pra mim a situação do João.
Tem dias que quando acordo a saudade é tanta,
Dói, e como dói, e eu, não posso fazer absolutamente nada.

Ligo, tento falar, nunca consigo, fico imaginando a vozinha dele,
Aquele sorriso e o grito de ''Ohh pai, ohh pai, vamo come pastel'',
Ah, como o tempo as vezes pode ser tão cruel, e duro
E cada segundo, parece uma eternidade, com toda essa distância.

Os dias vão passando, a justiça ainda não tem sido ''feita''
E eu sigo aguardando, quieto, calado, sofrendo, no meu canto,
Com tantas lembranças, sentindo o cheiro, vendo seu desenho no quadro,
Não consigo entender porque tanto sofrimento, mas, aceito, é a vida.

Tantos pais que abandonam seus filhos (e sou um destes filhos),
Quantos pais que sequer querem estar perto, simplesmente somem,
E eu pagando um alto preço, por querer estar perto, presente,
Ouvindo ainda, que o que pago é pouco, não dá, é insuficiente...
 
Mas, não quero me vitimizar, nem que tenham pena,
De uma pessoa que eu amava profundamente, 
Hoje se tornou minha maior ''inimiga'',
Onde eu um dia a vi num altar, hoje, dividiremos um tribunal.

Não querem deixar eu buscar meu João,
E ainda por cima me culpam dizendo que sou egoísta,
Me odeiam, me viraram as costas,
Pessoas que eu ajudei tanto, hoje são incapazes de ter empatia.

Mas são coisas da vida, e eu espero que um dia,
Todo este tormento passe, e eu possa caminhar com meu pequeno,
Meu amigo, meu filho querido, tão esperado, tão amado.
Talvez por isso, este calvário, pode ser que tenha propósito.

É uma fase muito difícil da minha vida,
Onde sofro calado, aqui, no meu mesmo lugar de sempre,
E espero um dia, quando ler esta poesia,
Tudo isso ter acabado, e no futuro o João perceber,

O quão sempre ele foi amado!

Até breve meu pequeno. 

Beijos, do papai. 

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