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quinta-feira, 26 de abril de 2012

Tarde de abril.

Uma sala fechada.
O ar condicionado.
Que me condiciona
Sinto calor, frio
Oscilação, destempero
Efemero, sem jeito
Eu, com meus trejeitos,
Sou assim, poesia
Bossa nova, café
Embora não goste muito
Minhas tardes, cadeiras
Cadeia, candeia, meu amor
Um olhar, moça de vestido
Disputa de ego, ringue
Uma agonia no entardecer
Sou órfão da tarde,
Me escondo dela, paredes
Furto um pouco do tempo
Vejo o sol, que me chama
A arvore de frente o predio
O cenario bizarro urbano,
O beija-flor que de nada beija,
Eu não fumo, não bebo mais,
Embora seria mais poético dizer
Mas não, minha tarde é café
Meio sem açucar, choco, morno,
E eu, nesta tarde de abril
Um pouco entendiado,
Até da solidão, minha companheira,
Tenho que voltar, trabalhar
Acelerar, ja é quase hora de ir
Vou me encontrar com a noite
A tarde se foi, é, é abril...


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