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domingo, 29 de setembro de 2013

Poetizando II

Eu tenho muito medo da solidão,
Mais do que a morte, certamente,
Falo muito, sonho muito, peço muito,

Me perco, desatinado, em desvarios,
E quanto mais vou me perdendo,
Tudo vem me envolvendo,

Abro a porta do meu coração,
De frente pra varanda,
Visto o jardim, e começo a sonhar,

Dá saudade do que ainda não vejo,
Ternura saudável das coisas simples,
E aquela vontade de amar vivendo,

De poder ter aquela que vai me ouvir,
Que vai sonhar, e se interessar,
E que de mãos dadas, vai comigo caminhar,

O tempo vai passando, a idade vem chegando,
As prioridades vão mudando,
E a vida hoje só tem um sentido,

Aquele que me mantem vivo,
Que quase me mata de saudade,
E que de tanto, amar ficou pouco.



Um comentário:

Anônimo disse...

A solidão é a única coisa que realmente existe, é a única que nos faz lembrar que somos só, porém, nunca sozinhos. Sentir-se só é uma dádiva, pois você se encontra dentro de si, se entende, se conhece - e conhece os limites do ser humano, por conseguinte, julga menos, pois sabe como é.

Só lidando, só-lidão, pra aceitar e gostar um cadim, dela.